JAIRO BOUER
17/07/2014 07h00 - Atualizado em 17/07/2014
07h44 Època
Quem acha que o
comportamento dos jovens – e de muitos adultos – que não desgrudam os olhos e
os dedos da tela de um celular quando estão em grupo é apenas sinal de falta de
educação ou de respeito com quem está em volta pode começar a se preocupar com
outras questões mais sérias.
Google Imagens |
Um estudo da
Universidade Estadual de Michigan, nos Estados Unidos, noticiado recentemente
pelo jornal britânico Daily News, mostra que mesmo os alunos mais
inteligentes podem piorar seu desempenho acadêmico quando o uso de celulares,
tablets ou notebooks torna-se frequente em sala de aula. Foram avaliados 500
alunos de psicologia. Todos eles (mesmo aqueles com melhores habilidades
intelectuais) tiveram uma queda de rendimento e notas, à medida que crescia o
uso de internet durante as aulas – olhando notícias, respondendo a e-mails ou
publicando nas redes sociais.
Se o fenômeno ocorre com os mais jovens – em teoria, mais bem adaptados a administrar múltiplas tarefas ao mesmo tempo –, não é difícil imaginar que os mais velhos enfrentem o mesmo tipo de problema em seu trabalho, quando pulverizam sua atenção em estímulos vindos do celular e dos computadores. Os resultados desse trabalho da Universidade de Michigan sugerem que as atividades extremamente envolventes da internet podem tirar até os mais “brilhantes” do rumo.
Outro grande estudo, a Pesquisa nacional de comportamentos de risco do jovem, feito a cada dois anos pelo Centro de Controle de Doenças, de Atlanta, nos EUA, com mais de 13 mil alunos de 42 Estados americanos, investigou, pela primeira vez, o fenômeno das mensagens pelo celular (texting), entre outros hábitos.
O resultado mostrou que 41% dos jovens que já dirigem admitiram ter mandado um texto ou um e-mail enquanto guiavam seu carro, no mês anterior à pesquisa. Em alguns Estados, esse índice ultrapassou 60%. Claramente trata-se de um comportamento cada vez mais comum entre eles. A questão aqui é a habilidade em conduzir um veículo de maneira segura quando o foco de atenção do motorista, além dos olhos e das mãos, está longe do volante. Os jovens, que tendem a ter comportamentos mais impulsivos, correm maior risco de acidentes.
Como não é possível imaginar um mundo e uma escola em que os celulares e a internet não sejam onipresentes, é importante discutir com os jovens o momento mais adequado e seguro para usar essas tecnologias. Que tal desligar o aparelho e prestar um pouco mais de atenção à aula e ao trânsito?
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