Ele estava internado desde 10 de
julho e teve falência múltipla de órgãos. Mineiro, educador era um dos
intelectuais mais respeitados do Brasil.
Imagens Instituto Rubem Alves |
Do G1 Campinas e Região
O escritor Rubem Alves, de 80 anos, morreu no fim da manhã deste sábado (19) em
decorrência de falência múltipla de órgãos, segundo o Centro Médico de Campinas
(SP). O educador deu entrada no hospital com quadro de insuficiência
respiratória devido a uma pneumonia e estava internado desde o dia 10 de julho
na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O óbito ocorreu às 11h50.
Na manhã deste sábado, o hospital havia enviado um boletim médico para informar que o paciente teve um agravamento da condição circulatória, e que caminhava para a falência múltipla de órgãos. Nos dias anteriores, Alves havia apresentado piora nas funções renais e pulmonar.
Intelectual respeitado
Alves nasceu no dia 15
de setembro de 1933 em Dores da Boa Esperança, no Sul de Minas Gerais, e morava
em Campinas há décadas. Um dos intelectuais mais respeitados do Brasil, Alves
publicou diversos textos em jornais e revistas do país e atuou como cronista,
pedagogo, poeta, filósofo, contador de histórias, ensaísta, teólogo, acadêmico,
autor de livros infantis e até psicanalista, de acordo com sua página oficial
na internet.
Educado em família
protestante, estudou teologia no seminário Presbiteriano do Sul. Tornou-se
pastor de uma comunidade presbiteriana no interior de Minas e casou com Lídia
Nopper, com quem teve três filhos, Sérgio, Marcos e Raquel. O autor afirmava
que descobriu que podia escrever para crianças ao inventar histórias para a
filha.
Em 1963, viajou para
Nova York para fazer uma pós-graduação. Retornou à paróquia em Lavras (MG), no
período da ditadura militar, e foi listado entre pastores procurados pelos
militares. Saiu com a família do Brasil e foi estudar em Princeton, também nos
Estados Unidos, onde escreveu a tese de doutorado, que foi publicada em 1969
por uma editora católica com o título de 'A Theology of Human Hope' (Teologia
da Esperança Humana).
Retornou ao Brasil em
1968 e demitiu-se da Igreja Presbiteriana. No ano seguinte foi indicado para
uma vaga de professor de filosofia na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras
de Rio Claro (Fafi), atual Unesp, onde permaneceu até 1974.
No mesmo ano ingressou
no Instituto de Filosofia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde
fez a maior parte da sua carreira acadêmica até se aposentar no início da
década de 1990. Em 1984 iniciou o curso para formação em psicanálise e teve uma
clínica até 2004.
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