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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Secretária de Ciência e Tecnologia fala sobre planos para a gestão

Pela segunda vez na pasta, Lúcia Melo defende a integração entre governo, setor produtivo e academia para a realização do que ela chama de "Pacto pela Inovação".

Lúcia Melo fala sobre os planos para segunda gestão na Secretaria de Ciência e Tecnologia.   Foto: SecTec/Divulgação.
Lúcia Melo fala sobre os planos para segunda gestão na Secretaria de Ciência e Tecnologia. Foto: SecTec/Divulgação.
Mariana Fabrício - Diario de Pernambuco
Blog do Agaci Soares

Após 25 anos, Lúcia Melo volta à Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco. O cenário é bem diferente daquele encontrado nos anos 90. Com os avanços tecnológicos do estado que passam pela indústria, pesquisa e desenvolvimento de projetos locais, a secretária visa "um futuro sustentável e desenvolvido", com mais capacitação acompanhando a configuração atual de um mercado que prioriza a tecnologia da informação, na chamada “indústria do futuro”. Em entrevista, ela falou ao Pernambuco.com sobre a agenda da secretaria, o futuro do setor no estado, sustentabilidade e capacitação. 

Quais são os principais planos para a nova gestão ?

Para pensarmos o futuro é necessário olhar para o presente e também para o passado. Precisamos criar bases pensando qual é a agenda da indústria do futuro e plantá-las para que Pernambuco tenha condições de atuar de maneira proativa. Preparar o estado para o novo formato de indústria será um desafio. Então criar uma agenda de indústria do futuro, investir na internacionalização, criação de valor agregado, articulação para uma produção compartilhada de conhecimento, capacitação de pessoas está na nossa pauta. Nós temos várias iniciativas acumuladas e vamos aproveitar o que já foi feito. A Secretaria de Ciência e Tecnologia tem que ter uma característica de política de estado de forma que não haja descontinuidade nas coisas que são bem avaliadas.

Na primeira vez que passou pela Secretaria de Ciência e Tecnologia o cenário era bastante diferente do atual. Como se avalia a diferença entre esses dois contextos?

Quando eu assumi a Secretaria pela primeira vez ela estava começando e Pernambuco tinha desafios que era de outra natureza, como intenso nível de pobreza, desigualdade, fome, pouco acesso à informação. O estado passou por um processo de transformação bastante significativo nos últimos anos, assim como o Brasil. De uma situação de baixa atividade econômica a um dinamismo econômico baseado em novos empreendimentos, que estão visíveis para a população. Um exemplo é o setor automotivo, que é uma transformação para o estado. Além das iniciativas locais, principalmente na área de tecnologia da informação e comunicação, protagonizado pelo Porto Digital. Já existe um conjunto grande de atividades industriais que foram fortalecidas, ampliadas e diversificadas. O que precisa agora é consolidar esses investimentos com a maior participação das empresas locais nessas cadeias. 

Falamos em crescimento, mas esse desenvolvimento ainda esbarra em alguns complicadores, como estrutura física e investimento financeiro. Quais os planos para mudar essa quadro?

O desafio da indústria do futuro passa pela criação de competências pra isso é necessário recurso humano capacitado, educado e preparado para acompanhar a evolução das tecnologias. É necessário prospectar em que direção as rotas tecnológicas se estabelecem de forma a antecipar a criação de centros de pesquisa, também preparados para monitorar e interagir com os centros que desenvolvem conhecimento no resto do mundo permitindo que a gente, em um espaço de tempo mais curto, possa incorporar nessa agenda produtiva. Então para atuar nessas dimensões é preciso que haja compartilhamento de propósitos entre governo, setor produtivo e academia. Nós precisamos criar elementos de compartilhamento de interesses e de propósitos para que se alcance o Pacto pela Inovação, que não pode ser feito de forma isolada. Sem apoio ela não alcança resultados.

Quais são os principais desafios encontrados pela empresa brasileira hoje em dia?

São várias as dificuldade para a empresa Brasileira. Uma delas é o próprio desenvolvimento do país e ainda existem poucas empresas que são dinâmicas no setor tecnológico. Uma grande massa na estrutura produtiva ainda está afastada dos investimentos de pesquisa. As empresas alegam que os recursos de incentivo à inovação são insuficientes, que o marco regulatório não favorece, além da burocracia que impera nas universidades para maior interação com o setor de estudos. Então esse ambiente enfraquece a estratégia de desenvolvimento das empresas. Uma universidade sozinha ela pode gerar muito boas ideias, mas se não houver um sistema de ações que atue coletivamente, essas boas ideias não se transformam em inovação, nem em oportunidades para a sociedade. 

Crescimento tecnológico em um estado demanda um olhar para setores como comunidade e meio ambiente. Como é possível investir passando por esses dois caminhos?

Meu primeiro entendimento é que a área de Ciência e Tecnologia, quando a gente fala de atuação do estado, que é o meu papel, a gente tem que ver não como um setor isolado, específico. Esse é um seguimento que tem que olhar o conjunto da atividade de desenvolvimento nas dimensões pública e privada. Então nós precisamos estar à serviço da promoção do desenvolvimento econômico e social. Ou seja, a definição das agendas e estratégias e, principalmente do foco que se deve buscar, deve estar em sintonia com o que se pensa em termos estratégicos de criação de elementos para um futuro sustentável e desenvolvido.

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