Blog do Agaci Soares
Pesquisa mostra que sexo não é prioridade entre casais japoneses. País também possui a maior população de idosos de todo planeta.
Está faltando bebê no Japão. Uma crise nacional atinge o país, que está com berçários cada vez mais vazios. O país está envelhecendo e encolhendo. Na origem de tudo isso, está o desinteresse por sexo. Com 7 bilhões de pessoas, o Japão sofre um fenômeno: pouco sexo, menos bebês e cada vez mais idosos.
Em Tóquio, com 35 milhões de habitantes, são pelo menos 250 mil novos bebês por ano. Parece muito, mas quem trabalha nas maternidades garante que o movimento vem caindo, e a idade das mães está subindo. Menos bebês representam menos mão de obra no futuro, e menos gente pagando imposto.
Porque os japoneses não estão procriando? Eles estão se casando cada vez menos. Na cultura tradicional japonesa, isso quer dizer muito, visto que apenas 2% dos bebês nasce fora do casamento. Uma pesquisa divulgada pela rede de tv BBC mostra que ter relações sexuais uma vez por semana é considerado o padrão para os que estão casados, mas só 27% dos japoneses comprometidos estão neste grupo.
O novo estilo de namorar dos japoneses também interfere na atual situação. Os chamados ‘Otaku’, são pessoas, em sua maioria homens, viciados em quadrinhos e computadores. Alguns tratam personagens de um jogo eletrônico como namoradas reais, de carne e osso, e interpretam personagens bem mais novos que a sua verdadeira idade.
Eles não conhecem mulheres reais porque isso é considerado traição, pois eles se consideram em um relacionamento. A indústria movimentada pelos Otaku chega a R$ 24 bilhões por ano. Um pesquisador acredita que esta foi a forma dos japoneses de fugir dos relacionamentos com cobranças, brigas e responsabilidades. As mulheres japonesas confirmam.
Em contrapartida à falta de bebês, no Japão vive a maior população de idosos de todo o planeta. Cerca de 25% de todos os japoneses tem mais de 65 anos e 50 mil pessoas têm mais de cem anos. As fraldas geriátricas vendem mais do que as de bebê nas farmácias. Se nada mudar, o país vai perder em 50 anos, quase 40 milhões de habitantes e a tragédia sócio econômica pode trazer efeitos colaterais surpreendentes, como o da Vila de Nagoro, que possui apenas 35 habitantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário