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FEMINISMO! |
As mulheres conquistaram inúmeras vitórias desde que descobriram
o seu poder de participação na sociedade, como o direito ao voto, os direitos
trabalhistas e até a igualdade jurídica. Embora a quantidade de esposas
submissas aos maridos seja inferior comparada a dos séculos passados, as
diferenças entre homens e mulheres ainda não foram completamente
sanadas. Ainda hoje, as feministas lutam pelos seus direitos
inquestionáveis diante dessa guerra de gêneros.
A visão que a sociedade tinha da
mulher nos séculos passados era a de sexo frágil e submisso. Elas eram
condicionadas a viver no lar, cuidar da casa e dos filhos, sem acesso à
educação básica. Viviam às custas do pai e posteriormente do marido, não saíam
de casa com frequência, e possuíam o único papel de exibir-se como pessoa
exemplar e religiosa, modelo ideal de esposa cultivado por muito tempo.
Esse comportamento superior do homem
em relação à mulher nem sempre existiu, uma vez que há registros de que na
pré-história as mulheres eram divinizadas pelo complexo de dar à luz, fato esse
incompreendido e inacessível aos homens. Ginecocracia é um dos termos para
resignar essa organização matriarcal. Depois disso, as mulheres passaram a
serem vistas como objeto para fins meramente reprodutivos e sexuais, sendo
consequência deste fato, ao contrário de hoje, o padrão de beleza que incluía
as mulheres gordas como símbolo de aptidão reprodutiva e fartura. Com a mudança
de hábito provocada no período Neolítico, o sedentarismo tornou-se modo de vida
e as primeiras civilizações surgiram acompanhadas da divisão de tarefas por
gênero: mulheres faziam a comida, teciam linhas e cuidavam dos filhos, enquanto
que os homens praticavam a agricultura e caçavam, na condição de provedores do
sustento e chefes de família.
Com a chegada da Revolução Industrial
no século XVIII, as mulheres começaram a trabalhar fora de casa. Em virtude do
sexo, trabalhavam mais e recebiam salários inferiores ao dos homens. Os donos
das indústrias alegavam a menor força física para exercer o emprego, e isso era
comumente aceito, já que era inviável sair ou reivindicar algo, pois outras
pessoas em busca de emprego aceitariam essa condição, ainda que injusta.
Por volta do século XIX, as mulheres
começaram a reconhecer o seu valor e a força que tinham. As feministas, como
são chamadas as ativistas do movimento feminismo, criado em 1848 na convenção
dos direitos das mulheres em Nova Iorque, lutam até hoje por direitos
igualitários. A nossa atual constituição diz que "todos somos iguais
perante a lei", mas isso não é bem o que acontece na prática. Decisões,
como o direito da mulher na escolha de ter ou não o filho em casos de gravidez
indesejada, ainda não foram resolvidas, como se a decisão final não fosse da
mesma, que é dona do próprio corpo e indivíduo independente. "A gente acha
que mudou, mas os homens ainda não aceitam nossa inclusão", afirmam
algumas feministas. E as mudanças são vagarosas, de fato.
No Brasil, o voto feminino foi reconhecido
apenas em 1932 no governo de Getúlio Vargas. Foi uma grande conquista para as
elas, embora tenha sido seguida de uma grande opressão pelo Estado Novo. Mesmo
assim, a conquista não foi completa, já que apenas mulheres casadas autorizadas
pelo marido, viúvas ou solteiras com renda própria podiam votar. As mulheres
conquistaram o voto pleno em 1934 e em 1946 o voto feminino passou a ser
obrigatório.
Recentemente, feministas e até mesmo homens
de todo o país têm ido às ruas protestar por mais igualdade de gênero em
protestos intitulados como “A Marcha das Vadias”, com faixas com dizeres como
"Nem santa, nem puta". Elas protestam contra o machismo, a misoginia,
a criminalização do aborto e a opressão que sofrem. Com isso, o feminismo vem
ganhando cada vez mais adeptos, visto que o movimento é necessário, já que
preza a igualdade de gêneros que é um dos pilares fundamentais para manter uma
sociedade em harmonia.
¹Texto também publicado na revista online Geração Z com o
título de: Feminismo em Ascensão.