Em 2013, Gomes rompeu com Eduardo Campos (PSB) para apoiar Dilma. Governador do estado ingressou no PROS. Ele já foi deputado e prefeito.
O novo ministro da Educação, Cid Ferreira Gomes, integra uma família com tradição na política do Ceará, estado que governa desde 2007. Filho de prefeito, irmão de um ex-ministro de Estado e de um deputado estadual, Cid Gomes é natural de Sobral, município do sertão cearense, onde os Gomes dão nome a vias públicas e escolas. O nome de Cid para a Educação foi anunciado pela presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira (23).
No ano passado, ele se desfiliou do PSB após entrar em rota de colisão com o então presidente nacional do partido e governador dePernambuco, Eduardo Campos – morto em agosto deste ano em um acidente aéreo no litoral de São Paulo.
O futuro ministro decidiu deixar a sigla ao lado de aliados cearenses – incluindo o irmão mais velho, Ciro Gomes – no momento em que Campos rompeu com o governo Dilma Rousseff para se lançar na corrida pela Presidência.
Casado e pai de dois filhos, o governador cearense foi, nos últimos oito anos, um dos aliados mais fiéis ao Palácio do Planalto. A proximidade com os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff asseguraram a construção de importantes empreendimentos federais no Ceará, como uma refinaria da Petrobras, uma siderúrgica, além de obras de abastecimento hídrico e de infraestrutura.
Cid Gomes, 51 anos, começou a militar na política na década de 1980, época em que cursava engenharia na Universidade Federal do Ceará (UFC). Ele chegou a presidir o centro acadêmico da faculdade. Na ocasião, o irmão Ciro Gomes já era deputado estadual pelo antigo PDS. O primeiro cargo público de Cid Gomes foi conquistado em 1990 – uma cadeira na Assembleia Legislativa do Ceará. Reeleito quatro anos mais tarde, ele comandou o Legislativo cearense em seu segundo mandato.
Em 1996, foi eleito, no primeiro turno, prefeito de Sobral, dando continuidade à tradição dos Ferreira Gomes na prefeitura da cidade. O pai, José Euclides Ferreira, comandou o município do sertão cearense entre 1977 a 1983. Em 2000, Cid Gomes se reelegeu para o cargo. Ao final do mandato de prefeito, Cid Gomes interrompeu a carreira política para trabalhar como consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington (EUA). Ele retornou ao Brasil, em 2006, para concorrer ao governo do Ceará. Na ocasião, derrotou o então governador Lúcio Alcântara, no primeiro turno, com 62,38% dos votos. Em 2010, se reelegeu com 2.436.940 votos, equivalentes a 62,31% dos votos válidos.
O município alcançou a meta estabelecida para 2021 do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Segundo o Ministério da Educação, o PNAIC envolverá 108 mil escolas, 400 mil turmas e 360 mil professores.Atuação na educação, quando foi prefeito de Sobral, Cid Gomes criou o Programa de Alfabetização na Idade Certa, que serviu como base para a criação do Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa, do Governo Federal.
No Ceará, o Programa Alfabetização na Idade Certa capacitou cerca de 15 mil professores dos 184 municípios cearenses e beneficia mais de 300 mil alunos de 1º e 2º ano do ensino fundamental, de acordo com o governo do estado. O projeto recebeu investimento de R$ 20 milhões do governo estadual.
Em seu mandato como governador do Ceará, Cid Gomes também se envolveu em polêmicas que geraram protestos e greves de professores da rede pública estadual. Durante greve de professores das universidades públicas estaduais em 2011, Cid falou que a categoria deveria "trabalhar por amor".
"Isso é uma opinião minha que governador, prefeito, presidente, deputado, senador, vereador, médico, professor e policial devem entrar, ter como motivação para entrar na vida pública, amor e espírito público", afirmou à época.
Troca-troca partidário
A exemplo do irmão mais velho, Cid Gomes circulou ao longo da carreira por diversos partidos políticos.
Nos anos 1980, ele ingressou no PMDB. No final da década, migrou para o PSDB.
Nos anos 90, entrou no PPS, mas deixou a sigla na década de 2000 para se filiar ao PSB. Em razão dos desentendimentos com Eduardo Campos, saiu da legenda no ano passado para ajudar a fundar o PROS, do qual é uma dos principais lideranças.